Este post é uma continuação desse aqui.
Como eu contei em Dezembro, eu cheguei a comprar o Mi A1. Cinco segundos depois que ele finalmente chegou, a ansiedade virou raiva que em outros dois segundos virou um monte de risada porque a minha vida é uma merda mesmo e é melhor só achar graça: O celular veio dourado. Eu tinha pedido o preto. Eu não ia ficar com um celular dourado.
Procedi e pedi a devolução ali mesmo, mas passei alguns dias o usando como aparelho principal, aproveitando que eu já não tinha outro celular pra usar mesmo. Durante aqueles dias eu consegui validar algumas coisas que eu tinha levantado no post anterior e notar umas outras:
- Tamanho. Horrível. Sério, muito ruim. Eu saí de um iPhone 5s e fui pra um celular enorme e manusear o aparelho foi uma experiência terrível. Primeiro, é muito difícil usar o celular com uma mão só: Você precisa ficar sambando o treco na mão pra alcançar certos pontos da tela. A sensação predominante é a de fragilidade — fica sempre a impressão de que se alguém te der um empurrão por acidente ou se você se assustar com qualquer coisa o celular vai cair no chão e se estilhaçar. Isso não acontece com modelos menores, já que a pegada envolve também “abraçar” o celular inteiro com os dedos. Provavelmente a pior parte do celular.
Quando voltei para a tela pequena, bateu uma sensação de alívio: Eu estava consumindo a mesma quantidade de informação (mesmo usando o aparelho maior com os menores tamanhos de fonte, sobram espaçamentos) num dispositivo bem mais compacto e confortável de usar. Vai ser bastante ruim quando não houver mais opção de celular pequeno pra onde ir — e já me adianto aqui ao dizer que esse dia certamente vai chegar. Ou já chegou, quem sabe. - Leitor de digitais traseiro. Acabou não sendo TÃO ruim assim, confesso. Acabei me habituando a pegar o celular pra desbloquear, o que é ruim e definitivamente pior que desbloquear pela frente, mas é algo fácil de se acostumar. É um problema que dá pra contornar. Uma coisa legal é que o leitor de digitais também funciona como interface pra gestos, então dá pra abaixar as notificações desligando o dedo pra baixo no sensor. Isso é bem útil já que o seu dedo nunca vai alcançar o topo da tela mesmo.
- USB-C. Bem legal. Achar cabos é realmente um inferno, mas isso tem diminuído — obrigado, Samsung! — o padrão é ótimo, e a zona do formato realmente existe, mas como não tive uma experiência a longo prazo não posso dizer muita coisa
Esses foram os pontos que eu levantei quando ainda não tinha usado o celular, em dezembro. Os seguintes eu notei depois do contato com ele:
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- Android. Bastante complicado aqui. O sistema é ótimo. Eu diria que enquanto OS o Android tá bem à frente do iOS. As organizações são inteligentes, o design é elegante, o sistema de notificações é (e sempre foi) maravilhoso e as formas de interação são inúmeras. Infelizmente isso tem o custo de ceder dados constantemente para corporações de índole duvidosa. Enquanto alguém que se importa bastante com a própria privacidade, isso acaba tendo um peso muito grande. Não entrarei neste post no mérito de rodar um fork do Android sem o catramalho de lixo que o Google roda em background. Enfim: Rodar um sistema operacional vendido por alguém que vive de vender anúncios pode não ser uma boa ideia.
- Câmera. A câmera do Mi A1 é estranhamente inconstante. Exceto pela frontal: Ela é sempre muito ruim. Mesmo. Ainda bem que eu sou feio e não tenho o hábito de tirar selfies. As traseiras me deixaram em dúvida durante toda a minha experiência: O modo retrato é maravilhoso, as fotos ficam com qualidade ímpar, o desfoque é surpreendentemente natural, as cores são ótimas, enfim, nada pra reclamar. Mas quando você volta pra câmera normal, parece ser ainda pior do que a do iPhone 5s. Tentei usar o Google Camera e não tive resultados muito melhores. Em luz baixa, com algum esforço você consegue observar objetos sendo formados em meio ao ruído das fotos.
- Velocidade. Puta celular rápido. Não sei se foi o impacto de sair de um aparelho de 2013, mas ele superou as minhas expectativas de modo que não precisei aguardar o carregamento de nada, em momento algum. A alternância entre aplicativos é muito rápida. Se um celular realmente precisa de 4GB de memória e de um processador de 8 núcleos pra entregar um desempenho razoável é uma pergunta válida mas que fica pra outra hora.
Talvez eu até tivesse alguma percepção adicional, mas como eu tô escrevendo isso aqui quatro meses depois de devolver o celular fica um pouco difícil lembrar de tudo.
Em relação ao aparelho que eu peguei depois de devolver o A1 (eu não mencionei qual é, né? espero que não), a resposta é meio óbvia. Acho. Vou escrever sobre ele em breve. Provavelmente.