Jogando: Celeste

11 de fevereiro de 2019 em Joguinhos

No último fim de semana, acordei de sonhos intranquilos durante a madrugada e, insone, resolvi sentar na frente do computador numa escolha bastante questionável. Caí num texto qualquer falando sobre Celeste, vi o jogo estava com algum desconto e eu tinha um saldo sobrando na carteira do Steam e, não sabendo que era impossível, fui lá e comprei o joguinho — que comecei a jogar imediatamente. Ainda bem.

Sou um grande admirador do pessoal por trás de Celeste — em grande parte, a mesma equipe de TowerFall, que já rendeu algumas centenas de horas de jogo no sofá junto com amigos piores do que eu. Por conta dessa relação, eu esperava algo na mesma pegada: Um joguinho rápido (no sentido de que se você morre você volta em um segundo) com uma pixel art bem acabada e uma trilha sonora bacana. De certa forma, eu não estava errado: Celeste é tudo isso aí. E é também um tanto mais.

Capítulo 1 de Celeste

Capítulo 1 de Celeste

Escrevo esse texto logo após finalizar o primeiro capítulo do jogo. Tive um pouco de dificuldade com os controles (e ainda estou tendo) porque acabo sempre me confundindo entre o dash e o grab e morro por conta disso. Felizmente, é um jogo onde você morre e volta quase instantaneamente — o que é fundamental pra eu não desistir quando surge alguma tela mais difícil, tal qual em VVVVVV, Super Meat Boy ou Hotline Miami.

Mas existe algo mais em Celeste além do mero desafio proposto pela mecânica do jogo. E eu percebi isso quando, no fim do prólogo, antes do jogo começar de fato, me deparei com a seguinte tela:

Mensagem no começo do jogo com os dizeres "You Can Do This."

You Can Do This.

No controle de Madeline, eu ainda não sei muito bem por que estou tentando chegar ao topo dessa montanha. Mas existe uma atmosfera no jogo que me incentiva a continuar tentando — os encontros com personagens ao meio da narrativa (que, até agora, foram poucos — na maior parte do tempo, o You can do this também significa que você está sozinho) são sempre um empurrão à frente — seja em forma de um escárnio desafiador ou de um incentivo amigável.

De todo modo, sinto que esse jogo ainda vai me surpreender em termos de narrativa. Existe atenção demais aos diálogos por ali para que eles sirvam somente de pavimento para mais um joguinho 2D qualquer em que você precisa chegar do outro lado sem pisar em espinhos. Vou continuar jogando e volto aqui quando finalizar o jogo (se eu tiver persistência o suficiente pra isso).

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